Ninguém se casa pensando em se separar. A decisão de colocar um ponto final em um casamento é uma das mais difíceis e dolorosas que alguém pode enfrentar. Além de todo o peso emocional, a simples ideia de um processo de divórcio já traz à mente imagens de brigas, burocracia interminável e gastos que parecem não ter fim. Esse medo é real e paralisa muitas pessoas.
Mas, e se eu lhe dissesse que é possível virar essa página de uma forma muito mais humana, rápida e tranquila?
Existe um caminho para casais que, apesar do fim da relação, conseguem conversar e concordar sobre o futuro. Esse caminho se chama divórcio consensual em cartório (ou extrajudicial). Ele foi criado justamente para poupar as pessoas do desgaste de um processo na Justiça, oferecendo uma solução digna e eficiente. Este guia foi feito para você, que busca encerrar um ciclo com respeito e seguir em frente sem mais dor de cabeça.
Qual a grande diferença entre se divorciar no cartório e na Justiça?
Entender essa diferença é o primeiro passo para sentir o alívio que o divórcio amigável pode trazer. O processo na Justiça se torna o único caminho em duas situações bem específicas:
- Quando não há acordo (o famoso “litigioso”): Se o casal não consegue concordar sobre a divisão dos bens, pagamento de pensão ou qualquer outro detalhe, a briga vai para a Justiça. Um juiz terá que tomar as decisões, e o resultado é um processo que se arrasta por meses, ou até anos, gerando custos altos e um estresse emocional enorme para todos.
- Quando há filhos menores de idade ou incapazes: Mesmo que o divórcio seja 100% amigável, a lei exige que o processo passe pela Justiça se o casal tiver filhos menores de 18 anos. Isso acontece para garantir que os direitos das crianças e adolescentes (como pensão, guarda e visitas) sejam protegidos, com a supervisão de um promotor de justiça.
O divórcio em cartório é a alternativa inteligente para fugir de tudo isso. É a via expressa para quem já resolveu tudo e só precisa do “papel passado”.
O que é preciso para conseguir o divórcio no cartório?
Para aproveitar a rapidez e a simplicidade do divórcio extrajudicial, o casal precisa cumprir três regrinhas de ouro. Se faltar apenas uma delas, o caminho terá que ser o da Justiça.
- Acordo Total: Vocês precisam estar de acordo sobre TUDO. Desde a decisão de se separar até o último detalhe da partilha de bens. Se tiverem um carro, um apartamento, um investimento… tudo precisa já estar dividido no acordo de vocês. Se um dos dois quiser pensão, isso também deve estar combinado. Não pode haver nenhuma ponta solta.
- Não ter Filhos Menores de Idade: Como explicamos, a lei protege os filhos menores, então o divórcio de casais com filhos nessa condição deve ocorrer na Justiça. Uma observação importante: se a mulher estiver grávida, o divórcio também não pode ser feito no cartório, pois é preciso proteger os direitos do bebê que vai nascer.
- A Presença de um Advogado é Obrigatória: Ninguém pode se divorciar no cartório sem a assistência de um advogado. A boa notícia é que o casal pode contratar um único advogado para os dois, o que torna o processo mais barato e colaborativo. O papel desse profissional é garantir que o acordo de vocês seja justo, esteja dentro da lei e que nenhum direito seja esquecido, dando total segurança jurídica ao ato.
Conclusão: A melhor escolha para um recomeço tranquilo
O divórcio em cartório é, sem dúvida, a melhor opção para quem busca uma separação respeitosa e sem complicações. O processo é incrivelmente rápido (às vezes, resolvido em poucos dias), mais econômico e, o mais importante, poupa vocês de um desgaste emocional que ninguém merece.
É importante saber que existem as taxas do cartório, que mudam de um estado para o outro. E, como vimos, a presença do advogado é indispensável. Ele não é um custo, mas um investimento na sua tranquilidade e na garantia de que você está encerrando esse ciclo da maneira correta para poder recomeçar em paz.
Se você está vivendo este momento, saiba que não precisa ser traumático. Escolher o caminho do diálogo e do divórcio amigável é um ato de maturidade e cuidado com o seu próprio futuro.
Aqui neste post, fizemos uma explicação breve e simplificada de como funciona o divórcio extrajudicial, mas se você está enfrentando dificuldades outras dificuldades, não hesite em buscar ajuda.
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Texto redigido e publicado em 29 de setembro de 2025 pelo Advogado especializado em Direito Imobiliário e das Famílias, Dr. Dalmo Sávio dos Santos Júnior, inscrito nos quadros da OAB/MG sob o n°192.377, CEO do escritório Dalmo Sávio Advocacia, situado em Betim/MG.
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